DELENDA PART-IDO EST

A família dos Barca reinava soberana sobre as planícies de Zama, no transcurso da terceira centúria anterior ao calendário romano. Mercantilistas por excelência, pretenderam impor aos portos/mercados mediterrâneos a pujança de sua índole bélicista, a manter cativas as vontades dos consumidores.

Não soa hodierna a narrativa?

Do outro lado do Mare Nostrum (Mediterrâneo), frente à península Púnica (atual Tunísia), a outrora Alba, em franca expansão, sentiu-se limitada em suas próprias ambições. Fizeram-se guerras, e Roma venceu. Não obstante a excelência dos generais Barca, principalmente Aníbal, estrategista até hoje estudado, filho do patriarca Amílcar.

Catão, Senador Romano, receoso de que mesmo depois de vencidos ressurgisse o perigo, vez que vivos estavam os Barca, passou a sistematicamente encerrar seus discursos com a frase que se tornou célebre: “DELENDA CARTAGO EST- destruamos Cartago! Infiltrou-lhes então, a República, espiões e sectários a preço menor que as guerras, de suas próprias hostes, e estes os assassinaram um a um. Pela traição venceu seus principais... e depois lhes destruiu a Capital, Cartago, desguarnecida então de líderes.

Registrou, por vitoriosa, a história. Narrou que Aníbal, cercado e sentindo-se perdido, suicidou-se.

Não me recordo de outros detalhes, nem presente pessoalmente estive. Contudo ficaram registros suficientes e sérios a que, 21 séculos após, o Dr. César Zama (coincidência interessante no nome), historiador baiano dos meados do 19, os traduzisse, numa monumental obra intitulada “Aníbal, Alexandre, e Júlio César”, datada de 1865, segundo me ocorre. O exemplar de família ainda esta lá em casa.

Passadas as batalhas ficaram-nos os exemplos... Alguns só se subjugam infiltrados por lacaios traidores.

Hoje presenciei a ação dos atuais espúrios ditadores, por suas hienas a rirem seus sarcasmos... ademais, como sempre nos ocorre desde que eles foram dos nossos, e sabedores de origem dos nossos limites, dividiram nossas forças pelos meios imorais, aéticos, coercitivo-morais (criminosos então), até que a minoria atuante se rendeu.

Não sem a interveniência pouco lúcida de alguns insuspeitos líderes nossos (nossos dos que os aceitam), que não atinaram com suas obrigações políticas de discurso pela manutência necessária do que erroneamente chamamos greve. Que a Assembléia em soberana vontade decidisse pelo contrário, até aceitável, atingidos os trabalhadores da educação em seus proventos, TRAIÇOEIRAMENTE, como ora se aprazem os traidores encastelados.

Embora insofismavelmente aguerrid@s sindicalistas e ou educador@s, não se aperceberam, Vanessa e Analise, por exemplos, de que quando o navio esta a soçobrar, ou as falanges a se dobrarem, somente a firmeza de verdadeiros líderes permitem levar a nau a um porto, ou as fileiras a uma recuada ordenada, dando-se por perdida a batalha, mas não nos dificultando sobremaneira a continuação da guerra. Certamente, reafirmo, são antig@s e reconhecidos quadros (do jargão nosso), mas suas invectivas não se adequaram aos tempos, permanecendo nas táticas de quando o adversário era facilmente reconhecível em manobras à direita do campo, e não os cooptadores e cooptados atuais, anteriormente temperados em nossas forjas de cidadania, à esquerda e conosco então.

“E na verdade os antigos, para que os ímprobos nesta vida tivessem algum temor, pretenderam que nos infernos houvessem castigos aparelhados para os ímpios, certamente porque entendiam que a morte por si só não era para se temer” Cícero, IV Catilinária, IIº AC.

Só pior não nos saímos por estarem os gerentões, gerentinhos, gerentecos, e demais gerintes, tão atoleimados em suas mazelas inclusive nacionais, que debalde sofreguidão lhes sobrará desta peleja, reles vitória de Pirro. A educação, por seus elementos ainda imprescindíveis regentes, cansada das mazelas palacianas e do traiçoeiro constante, dos ecos dos desgastes decorrentes de centenas de carguitos a calarem as correntes pseudopartidárias coniventes (já apequenados estes até ao se olharem aos espelhos), ressentidos até no olharem frontalmente seus anteriores colegas, de nenhuma serventia politiqueira servirá, a eles mandantes. Destruíram, quiçá ainda não definitivamente, as possibilidades de uma “escola plural”, elemento só de divulgação de falsos resultados, realmente os mesmos que os alcançados por todas as médias e mídias brasis.

Satisfazem-se, no momento, na intentona de cooptarem as Direções escolares, por todas as formas político-venais aplicadas, qual, em exemplos de hoje, pagarem integralmente os salários de Direções grevistas, em Escolas completamente paralisadas; ou de engana-las, muitas outras, com o engendramento de contratações criminosas de funcionários terceirizados pelas Caixas Escolares. Por que será que nem uma destas Escolas recebeu uma só, nem mesmo recomendação, formal, assinada por quem de direito e encaminhada honestamente à Comunidade Escolar?

Por quê?

O putrefato pode ser temporariamente acoitado em recipientes estanques... o tamponamento, logo, não resistirá... e... teremos a merda a conspurcar fetidamente todos que a tiverem retendo! Veja-se Brasília!

 

Klauss Athayde, 06/06/05.

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